sexta-feira, 18 de março de 2011

a carta que nunca li

sua carta nunca lida
ainda está na minha gaveta
por fraqueza abro uma fresta
e vejo só a silhueta

alguma coisa muito grande
pulsa forte ali dentro
tento fingir que não ouço
mas sempre me desconcentro

suas palavras quase gritam
num gromelô inovador
mas não adentram meu ouvido
pois têm um medo a transpor.

esse medo é um apagador
de tudo aquilo que você diz
dessa forma, me ensurdece
e resta só o pó do giz.

se eu não fosse tão covarde
já saberia o que está escrito
mas receio o que vou ler
e depois não pode ser desdito.

acho que a melhor solução
é deixá-la aonde está.
então continuemos assim:
você aí e eu cá.

Um comentário:

Anônimo disse...

Vença a si mesma e vencerá tudo! Não tenha medo, tenha certeza!